segunda-feira, 5 de abril de 2010

CHEFCHAOUEN - MIDELT

Antes de mais um momento único repleto de adrenalina e emoção. Da esquerda para a direita Abdula Al Falad, o Guarda Costas Muhamed Hassan e o explorador Panamá Jack. Preciso dizer mais?

Mas vamos lá ao que interessa: as emoções do dia.

Um desatino completo de estradas secundárias em asfalto. Vou tentar explicar melhor. As estradas são de alcatrão com duas faixas e dois sentidos. Aos lados existem umas bermas com 1 a 2 metros de largo, em gravilha, onde circulam animais - burros, cabras, vacas, touros, ciclistas, pedestres, aviões telecomendados, anões bispos e patos. É só pedir. Para tornar a coisa ainda mais interessante o gajo que inventou este tipo de estrada ainda fez umas valetas para escoamento da água, quando a há, que chegam a ter mais de um metro de fundo. Escusado será dizer que essas magníficas bermas não estão niveladas com o asfalto e quem tem o azar de colocar lá um pneu a 70 ou 80 km nem tem hipótese. O caminho mais seguro é portanto o meio da via.


A excepção a esta regra surge quando se cruzam duas ou mais viaturas. Cada uma se afasta para a sua direita e normalmente um pneu resvala para a tal gravilha. Um espectáculo pirotécnico de rara beleza.




Foi nessas maravilhosas vias que circulámos durante todo o santo dia. Objectivo: MIDELT..


Começar a conduzir às 08:00 e acabar às 23:00 - horas da Madeira - seguidas, sem descansar exceptuando 45 minutos para visitar CHEFCHAOUEN, 30 minutos para o almoço e 10 minutos para abastecer. Preciso dizer mais? 600 Km sempre a pedalar.


E então o menú do dia foi assim:


Saída às 08:00 horas. Às 09:45 um Land Rover Discovery, pilotado por pessoal continental, avaria-se. A caixa de velocidades deixa de funcionar e ficamos parados durante cerca de 45 minutos, Como não se conseguiu resolver a situação foi chamado o reboque para levar o dito para a oficina onde até ao fim da noite permaneceu. Só amanhã de manhã saberemos se existe ou não a embraiagem à venda.


E o dia começava mesmo bem...


Em marcha para CHEFCHAOUEN. O António ia matando um bispo às 10:00. Explico melhor... Existem aqui uns indivíduos que andam com uma túnica castanha ou branca desde a cabeça até aos pés tipo aqueles bonecos vestidos de padre a que se puxa um fiozito para chamar o pirilau à rua. Essa vestimenta tem uma espécie de capucho em forma de bico. Como nem eu nem o Moreira sabemos para o que aquela farpela serve ficou decidido por unanimidade que os seus utilizadores seriam "bispos". Foi uma destas personagens que o António por pouco não abalroou. Até me deu um calafrio na espinha...


CHEFCHAOUEN é a célebre cidade azul onde o material conhecido como haxixe é vendido nas suas ruas livre e alegremente. Quando encostámos o carro fui logo chamado por um "dealer" para comprar o produto. Esta foi, acho eu, a última cidade aberta aos infiéis, que somos nós. Os primeiros que lá se aventuraram deram-se mesmo mal...

Depois foi o tal almoço volante onde saboreei juntamente com o Moreira uma magnífica lata de dobrada baldeada com chouriçada, fria como o catano e gordurenta tipo aquela banha que o cabelo do John Travolta usava no grease. Graxa bastante para lubrificar a máquina.


Partida em caravana. Por volta das 16:40 (hora local) ainda faltavam percorrer pelo menos uns longos 250 Km.

Passámos por Fez às 17:53 seguindo em direcção a IMOUZZER-KANDAR.


Montes de gente sentada nas bermas, debaixo de árvores, uns sozinhos fazendo nem sei o quê e outros com muitas crianças. Algo aqui falha no planeamento familiar porque crianças existem mesmo muitas.


Uma carrinha tipo Ford Transit parada numa operação stop. Estava cheia aí com 30 ou mais pessoas. Parecia a tentativa de bater um recorde do Guiness. Estes gajos são malucos de todo.


18:20 depois de feitos alguns Km após FEZ. O sol no meu lado direito, ainda muito forte, bate-me na cara., enquanto desaparece lentamente no horizonte. Faltam 26 Km para IFRANE e depois uma quantidade deles para MIDELT.


Vamos conduzindo já de noite em estradas sem luz. Aqui a noite é bem escura e com estas estradas não se brinca. A média baixa de 90 / 100 para 70 / 80. Camiões, muitos camiões atrasam-nos a marcha.


Encontramos muitos citroens "arrastadeira" em sentido contrário. Deve ser um passeio de clássicos. 26 Km até IFRANE e já são 18:45. Ainda faltam mais de 140 Km até MIDELT. Hora de chegada prevista 21:00 horas.


19:20 após IFRANE noite bem cerrada. Escuro como breu. Aqui as estradas fora das localidades não têm iluminação pública. Só contamos com as luzes dos carros. O nosso parecem 2 velas mas mesmo assim rolamos rapidamente.

Chegada ao Hotel às 22:15. Recebidos com música, dança e um jantar buffet magnífico.

Amanhã teremos mais surpresas...

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